Reconheço que descobri um padrão de semelhança das histórias que escrevo com minha vida real e às vezes cheguei a pensar em usá-las para fazer desse modo minha autobiografia. O protagonista geralmente é o mesmo, quase sempre baseado em alguma versão de mim: as outras as completo com os co-protagonistas. Não são poucas as vezes que, analisando-as, percebi que pertencem a uma fatia da minha própria existência, que inclusive outorgam soluções que nos momentos do acontecimento real não percebera. É de se esperar que, sendo historias originadas em nossa mente, sejam permeadas com nossas sensações e emoções, portanto, concretamente podemos afirmar que imprimimos nelas aquilo que conscientemente evitamos, tememos ou tentamos ignorar. Experimente, invente uma história qualquer, até se for preciso uma com personagens clássicos. pode ser um fragmento só, uma situação, uma com final aberto, tanto faz; analise esse trecho. Porquê escolheu essas personagens? Porquê as fez tomar essas decisões? Alguma morreu, porquê? Entenda-se que os acontecimentos na história não precisam necessariamente equivaler a momentos reais: Uma personagem que morreu de forma drástica pode traduzir a dor ou o sofrimento que você experimentou ao perder de vista alguém na sua vida ou até um objetivo fracassado; assim como a idealização de um personagem do qual o/a protagonista se apaixona não será obrigatoriamente o reflexo de seu ideal de amor perfeito, e sim a tradução de como alguém chegou a fazer você se sentir importante(não implicitamente de forma amorosa ou sexual).
Não é uma tarefa fácil às vezes, interpretar nossas histórias, talvez tenha nessa ação alguma matemática intrínseca, mas não nascemos com esse conhecimento. Entretanto supõe, quando menos, uma diversão alternativa e uma forma de manter a cabeça ocupada, inclusive reduzindo algumas preocupações ou perguntas sem resposta. Sou dos de acreditar que de alguma forma nosso subconsciente é a versão de nós que realmente observa tudo em volta e executa métodos de nos dizer aquilo que às vezes não queremos ouvir, ou achamos que não temos tempo de discutir, dialogar, pensar. Seria capaz de dizer que cada um de nós tem a capacidade de se autoanalisar, já que, contra todo ditado popular que diga o contrario: Nós nos conhecemos melhor que ninguém, mesmo que não possuamos o conhecimento em todo momento para demonstrar isso ao espelho.
Não se iludam, isto não é um texto de autoajuda, aliás, não prometo a vocês que vão gostar sempre dos resultados dessa analise interna, mas sim prometo que, efetuada corretamente e sabendo que coisas devem aprender e quais devem deixar no caminho, vão se conhecer melhor e evitar cair em espirais de falso autoconhecimento.
Bryan L. Black
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